E você, amor, me reaparece
à essa hora? Em atraso. Falso.
O tempo é perdido
as horas gastas
acreditar em quê? Na sua palavra
feita de brisa e dia aberto?
Não me venhas
como um lembrete
num papel amassado
aquela música que eu ouvira
as velas guiando os primeiros passos -
esconde-te!
nas conchas do vento
por trás das orelhas
e dorme. Deixa-me dormir
e sobreviver a sua doce maldição.
Diabólico encanto de salvar.
Dispenso a tortuosa caridade. Desejo é
a carícia. Incorreta e imprecisa.
Se toda pessoa
em si adormece a fera e o fel
faz-me esquecer do ouro e daqueles fios finos
das mãos espalmadas sobre uma casa
feita de devaneios. Eu a quero na areia
no chão de pedra
sobre as tuas folhas velhas.
Nela nossos pés descalços. As flautas.
Espaços para cada exagero meu.
"Tinha esquecido do perigo que é colocar o seu coração nas mãos do outro e dizer: toma!, faz o que quiser."
ResponderExcluirÉ...mais ou menos isso...qual a referência desse trecho?
ResponderExcluirÉ de Caio Fernando. Não me lembro ao certo do nome do conto mas, se não me engano, também cheguei a lê-lo em um dos livros de pequenos excertos do Abreu. =) O nome é "Fragmentos", e a editora é a L&PM.
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