terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Meu poema para a leitura dos alunos e professores especiais

Leitura do ano


É preciso deixar a casa em branco,
as prateleiras e os armários vazios
para receber o ano.

Aceitá-lo
no seu absurdo e desamor
nas tardes vazias e opacas –
não há brilho naqueles olhos.

Guardar todas as leituras
nas lembranças da mochila
porque um pouco do que eu vejo
sempre vai ficar naquele canto que aparece
quando a página vira. O rabiscado na cópia, registros

e eu vou seguindo
com o céu a se abrir no texto
na descoberta daquelas palavras e daquele mundo
pela primeira vez. Com e ao lado de cada um.

Choro e me choco
com toda forma estúpida de brutalidade


me livrando de nunca brincar de Deus
jogando nesse tabuleiro que nunca finda
sem linha de chegada ou regras. Esse jogo sujo joio
de aparência.

Deixo aquele silêncio.
Ele permanece diante da bagunça
preserva o que do amor fraterno precisava ficar

e é feito de todos que me carregaram até aqui,
um lugar tão bonito.

2 comentários:

  1. "(...) eu seria professor. Não conheço missão maior e mais nobre que a de dirigir as inteligências jovens e preparar os homens do futuro."

    Tenho uma admiração por você e por toda a sua jornada pela nossa evolução durante esses últimos anos.
    Obrigada, professor.

    ResponderExcluir
  2. Não, Carol. Eu é que admiro o quanto vi tanta gente crescer...nada paga isso. Vocês são muito especiais, vou levá-los sempre comigo.

    ResponderExcluir