Eu achava que, ao apagar as luzes da casa pela noite, estava fechando escotilhas de um grande barco. Nesse casco enorme, me fortaleci e aumentei como um gigante. Era apagar a luz do fundo, depois corredor e a ponta.
Cada ranhura no convés são as cicatrizes e desenhos apaixonados feitos pelos piratas, tripulantes e um menino com jeito de capitão.
No ir de onde fui por passagem, muitos encontros e desencontros: instantâneos que se diziam eternos desfazendo-se na maré baixa.
Minha ternura com o ranzinza vento noturno entre as águas.
O brilho perolado e verdadeiro. E o tecido negro do céu desfazendo-se em falsos e verdadeiros orifícios luminosos.
Estive só, viajei, encontrei, desencontrei, amei e as velhas velas me fazem de brânquias e memórias. Circulado num azul de limites, amigo dos peixes mistérios e encantos do humano.
Tudo isso para agora te ver e perceber que a proa das pontas, pros corredores e luzes que afundam desembocam nas praias de, reconhecendo?, ter encontrado eram: você.