Para Sabrina Mostafe
Sabrina, nós somos
mendigos.
Na linha do horizonte,
as portas
daquele filme antigo
invertidas deitadas abertas
fecho-as para te dizer
que os passistas e as
vedetes
vão deixando beijos pequenos
em nossos chapéus.
Mas, amiga,
como as fechamos?
Ou foi o vento?
Algum evento amoroso
de carne, mal-sucedido.
Saio pedindo
por aí
enquanto ficas intacta.
Nas sombras, os dois.
É que eu acho
e acredito nesse
meio tempo arvoredo
entre o carro que passa
e a pedra que fica.
Vários planetas
altos astros
sobre esse ato singular
derramam-se sobre
os nossos ombros cansados.
Apesar do que nos amarga ao passado,
é chegada, irmã,
a idade de amar.
Foto: Dia 949, por amy hildebrand, do blog da autora: <http://withlittlesound.blogspot.co.uk/2012/04/day-949.htm> Acessado em 11 de maio de 2011.
quinta-feira, 10 de maio de 2012
quinta-feira, 3 de maio de 2012
O trem das cerejas
O trem das
cerejas
é um estado
imaginário
e permanente.
Sem que se
espere,
em meio a
devaneios de afeto
eis que surge
esse móvel
feito de
vermelho
ameixas romãs
morangos.
Uma pessoa
delicada
se acaso
tivesse os pulsos feridos
ou sofresse os
infortúnios
do entregar-se
nele
mas o sumo
vermelho das frutas.
E é com esse
suco
doce cítrico
em fascículos amargos
que me
embebedo e desloco pelas ruas.
Cada rua
esconde
em seu recheio
uma camada de
sangue
porque a
metrópole
e sua
superfície
é a pele viva
de um grande
gigante.
Anda-se e o
Deus
tem cócegas
nos encontros
improváveis
que não
deveriam acontecer
(mas seguem
sua natureza de rio
e fluem).
Só pode
dizer-se humano
quem
sobreviver
a essa pequena
morte.
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