No ver ouvir, entender
era uma massa que se poderia cortar
em duas fatias:
não conhecer seus símbolos ou
me perder nesse narrar confuso
que são os descaminhos e rumos das palavras.
Um fluxo de leite.
Não me dou a guardar e repisar poemas
em gavetas com maracujás e grilos. Eu deixo
a mastigação repetitiva para as vacas.
Se o compositor cria uma canção
há essa hora em que a cantora a escolhe
(ou é a música quem pega a intérprete, num vício? Num
encanto?)
para que nunca mais se faça ouvir os mesmos sons. São os
anéis e os dedos.
Ela cantava e imprimiu sua marca nas notas para sempre. Não
haverá como repeti-la.
Esse que é o modo das canções também é um estilo torto
de amar.[Ilustração: Noite, Michael Ornstein. Disponível em <http://michaelornstein.com/night> Acesso: 20/11/2012]