terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Sobre a prática do amor como perigo e zero


Amores e paixões como drogas
entorpecentes
e seus riscos e perigos. Zeros e vazios
como sedutoras folhas brancas. Pomares

Eu toquei no teu amor perigoso
e não vou usar a desgastada imagem do violão

seus braços
eram o corpo das cordas

dedilhadas, em beliscado,
sem qualquer ferramenta.

Usando apenas o
cálido. Esse escrever bobo.

Te assistindo como a uma cena
sem repetição possível, meu cinema particular.

E se passaram séculos
entre vontade e palavra
como se ladrilham ou asfaltam
caminhos primitivos

anteriores a
qualquer forma de civilização ou linguagem
nos quais os amantes se reconhecem
a apelos (silêncio), pelo e pele.

Pela rua,
andei sendo a primeira criança
ouvindo a primeira melodia
tocada em disco.

Nós, as primeiras pessoas a cantar
enquanto
a tecnologia
e as orgias do acidental
de uma multidão de homens a lapelas vazias
e mulheres a tramar bobos planos

tudo isso
se fez desnecessário. Toda a cena
dividida claramente em duas
a beleza em sua forma genuína
- me aparecendo como a um iniciado -
e o triste circo dos homens, velho conhecido.

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