Sou o primeiro na noite
a ouvir quando a gota
cai sobre a folha
e o que se desenha
na queda
é
a sua canção.
Difícil de ler
porque sinuosa
seca e doce.
Vejo-nos soterrados.
Essa melodia
atravessa
por sua natureza gentil
brotos
uma nota. E respira. Areja,
são arcos verdes.
Respiração arfante
agitada e silenciosa.
Ela é o andar sobre curvas
de um instrumento emudecido
embevecido e úmido
- o que o molha? lágrimas? sereno? essa mistura dos dois? -,
a tua música. Leio as páginas
mas as palavras escondem tudo
os sons iludem
tua figura de frágil força.