domingo, 13 de janeiro de 2013

O retorno de saturno

Quando, aos 28, 29 ele vem
para tomar um café 
em sua casa, 
não há muito o que se fazer.

Deve-se preparar 
a melhor roupa
uma boa comida
e partir simplesmente limpo.

Não se joga xadrez com o senhor,
nem se pode esconder.

Nada deve ocupar o pensamento
e os rios seguem seu curso.

Nós somos o rio
e as formigas a desviar
que se banham, ou bebem suas águas,
algas os vermes  e a formiga.

Se um homem faz uma roda,
ela o revela. A beleza do giro
e a feiura da madeira ele
nós somos o rio.

Deite, então, teus pés
sob essas águas
junto a mim. E o amor seja
uma coroa feita toda
de espinhos patas desses insetos
e asas de borboleta.

Como dois bichos,
nós somos o rio.