Meu lado esquerdo
é o avesso
e são as vezes
em que falei contigo
mas não houve resposta.
Ele
é das vozes
que desenham rostos
nas manchas da parede
e dos outros também,
mas meu, por carinho.
A pulsão e pulsação
subterrânea e clara
dos meus movimentos quando
deitado no chão.
E as imagens
a me aparecerem
na antessala do sono.
Mas não posso
chamar de sombra
o que na luz se desenha.
A virada da montanha
é o que se lia
nas mãos.
Essa é minha onda negra
a tácita feiúra
e os cascos de um animal
mas levados
como órgão vital
ou a marca lavra da palavra.
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