sábado, 16 de julho de 2011

Barco


Eu achava que, ao apagar as luzes da casa pela noite, estava fechando escotilhas de um grande barco. Nesse casco enorme, me fortaleci e aumentei como um gigante. Era apagar a luz do fundo, depois corredor e a ponta.


Cada ranhura no convés são as cicatrizes e desenhos apaixonados feitos pelos piratas, tripulantes e um menino com jeito de capitão.

No ir de onde fui por passagem, muitos encontros e desencontros: instantâneos que se diziam eternos desfazendo-se na maré baixa.

Minha ternura com o ranzinza vento noturno entre as águas.

O brilho perolado e verdadeiro. E o tecido negro do céu desfazendo-se em falsos e verdadeiros orifícios luminosos.
Estive só, viajei, encontrei, desencontrei, amei e as velhas velas me fazem de brânquias e memórias. Circulado num azul de limites, amigo dos peixes mistérios e encantos do humano.

Tudo isso para agora te ver e perceber que a proa das pontas, pros corredores e luzes que afundam desembocam nas praias de, reconhecendo?, ter encontrado eram: você.

3 comentários:

  1. O que falar sobre seus poemas, a cada dia que vc escreve, vc me surpreende.....a cada dia que escreve vc esta melhor....obrigada por deixar eu enriquecer com suas palavras.....bjim

    ResponderExcluir
  2. Faço minhas as palavras da Sabrina. Seus poemas são enriquecedores.
    Sabe do que mais gosto neles? A substância. Eles são simples, mas comunicam idéias densas. :-)

    ResponderExcluir