terça-feira, 12 de abril de 2011

Verde

Às vezes
deitado no meu leito
sou uma cidade
e suas árvores.

Minha respiração
que ofega
é o ir e vir
do sangue verde

ele é rio
para os deuses
que dançam sobre mim.

Cada folha
uma parte de um quebra-cabeças.

No tronco,
um mosaico
onde comem e dormem
vermes e passarinhos.

Respiro
e as estradas
viadutos se erguem
para atravessarem (travessos)
carros e crianças.

Virar para o lado
e beijar
suas pálpebras

me fará
desmanchar em água nova

e toda a vida
começará
oceano oceano oceano.

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