sábado, 17 de dezembro de 2011

Caleidoscópio


Eu venho percorrendo
o alternativo.

Nas lembranças,
nada mais se sabe
do que é vulto, sono ou vigília.

Como alguém
que partiu-se há muito em
vinte e sete pedaços

vejo-me recolhendo estilhaços diversos
e a união de partes coloridas, sem cor



é o vitral de uma igreja
um caleidoscópio
ou tão somente uma garrafa partida.

De volta, meu espírito antigo e moço
- nascimento, morte -
vem buscar
as várias pessoas que me guardam

no pequeno caco de vidro
joia
ou falso brilhante.

E a minha felicidade é esse ir.

Sou uma árvore cujas raízes,
uma espécie solitária feita de vento e perdão,
atravessa séculos
em busca de amor e liberdade.

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